Prever o que deve acontecer no futuro não é tarefa fácil. E se não há bola de cristal que trace um roteiro certeiro, o que dirá da construção de uma poupança pensando em como será a vida em 20 ou 30 anos. Não por menos, o planejamento da aposentadoria passa longe da cabeça de grande parte dos jovens. “Talvez seja exigir muito que esse indivíduo pense no que vai acontecer com ele depois dos 60 ou 65 anos de idade. É necessário muita maturidade”, afirma Luis Felipe Rossi, professor de finanças do Ibmec/RJ. Mas não dá pra negar que diante do parco retorno garantido pelo INSS, aqueles que antecipam a tarefa claramente largam na frente.
Segundo cálculo da corretora Planner, com uma rentabilidade real de 11% ao ano, isto é, já descontados os gastos com eventuais taxas de administração e impostos, quem começar a guardar dinheiro aos 20 anos, deverá destinar 120,70 reais ao mês para uma montar uma reserva que terá nada menos do que 1,5 milhão de reais em um horizonte de 45 anos. Considerando que os títulos públicos do governo já oferecem esse retorno com papéis prefixados e um dos menores riscos do mercado (a probabilidade do governo quebrar é muito menor que a de uma empresa falir), essa é uma meta que pode ser considerada bastante razoável.
Se a empreitada começar aos 30, será necessário economizar 348,70 reais. Aos 40, esse montante terá pulado para 1.041 reais. E aos 50, serão necessários impressionantes 3.462 reais mensais para que o indivíduo chegue ao mesmo 1,5 milhão quando completar 65 anos de idade. “Na juventude, poupar para a aposentadoria é um passeio no parque”, sustenta Jurandir Macedo, consultor financeiro. Ele defende que, começando antes dos 25, é possível se aposentar com tranqüilidade poupando 6% do salário ao longo de toda a vida. “No fim das contas, o rendimento do patrimônio dará o mesmo retorno que o sujeito tinha com o salário”, completa.
Publicado em 08/09/2010
Marcela Ayres, de EXAME.com










