Para tentar diminuir o impacto do reajuste das mensalidades escolares em 2018, especialistas destacam a organização financeira como elemento decisivo para as famílias. E para ajustar o valor ao bolso dos pais, vale diminuir ou cortar despesas. Porque os custos com educação não devem ser considerados despesas, mas investimentos.
– É um tema delicado, pois, na verdade, é um investimento no futuro dos filhos. Não pode ser tratado de qualquer maneira, do jeito que der. É necessário se programar, fazer as contas com antecedência e cortar gastos, se necessário. Tudo para garantir um estudo de qualidade – sugere o doutor em Educação Financeira e presidente da Dsop Educação Financeira, Reinaldo Domingos.
Como uma das tentativas de encaixar a mensalidade no bolso, ele sugere que se busque negociação com a escola. Muitas vezes, oportunidades são perdidas por falta de uma tentativa.
– É recomendável marcar uma reunião com o diretor, explicar a situação e ajustar o que pode ser feito para viabilizar a permanência do aluno na escola – orienta Domingos.
E um grupo pode ter mais representatividade para se buscar esse diálogo, sendo importante que os pais conversem entre si sobre a situação.
O que as escolas precisam cumprir
Matrículas – O valor da matrícula deve ser descontado da anuidade ou da semestralidade, logo, corresponde a uma parcela.
Reajustes
- Os valores a pagar devem ser divididos em mensalidades iguais: 12 parcelas (cursos anuais) ou seis parcelas (cursos semestrais).
- A lei permite a apresentação de planos de pagamento com mais parcelas, desde que não ultrapasse o valor da anuidade ou da semestralidade.
- Os reajustes somente podem ocorrer uma vez por ano e devem corresponder a gastos previstos para o aprimoramento do projeto didático-pedagógico e despesas com salários e reformas, por exemplo.
- É obrigação da instituição de ensino esclarecer o consumidor sobre a origem dos reajustes. Caso se atrase o pagamento da mensalidade, a multa não pode ultrapassar 2%.
Inadimplência
- As instituições de ensino não podem adotar medidas que constranjam o aluno, como suspensão de provas, retenção de documentos, penalidades pedagógicas, entre outros, em caso de inadimplência.
- O estabelecimento de ensino é obrigado a renovar a matrícula para o período letivo seguinte, salvo se o aluno estiver inadimplente e não tiver negociado seu débito.
Contratos
- O consumidor deve observar, por exemplo, datas para pagamento das mensalidades e as penalidades aplicáveis em caso de atraso.
- Também deve observar os períodos e as condições para a rescisão do contrato, transferência, trancamento e desistência da vaga.
- É aconselhável ainda riscar todos os espaços em branco e guardar uma via.
Uniforme – De acordo com a legislação, as instituições de ensino, ao estabelecerem regras para a escolha do uniforme, devem considerar as condições econômicas dos alunos e o também o clima da cidade.
Outras despesas – O pagamento de serviços como cursos livres, viagens, excursões, bem como contribuições para associações de pais e mestres não é obrigatório, motivo pelo qual não devem ser incluídos no valor da anuidade ou semestralidade. Assim, devem ser encaminhados em boleto separado ao da mensalidade escolar, não sendo obrigatório o pagamento pelo aluno, caso não queira usufruir dos serviços.
Como se organizar e negociar
Situação financeira da família
- É importante que a família faça um diagnóstico financeiro para saber em qual situação se encontram.
- Se for de endividamento ou inadimplência, é hora de rever todos os gastos para priorizar a continuidade dos filhos na escola.
- É preciso também traçar um planejamento financeiro para 2018, considerando o valor reajustado da matrícula.
Desejo da criança – É importante sentar e conversar com as crianças e jovens para saber se gostam da escola atual e querem continuar. Uma mudança indesejada para tentar economizar pode comprometer até mesmo o rendimento escolar, já que teriam que se readaptar a um novo ambiente e novas pessoas.
Gastos adicionais – Nesse processo de planejamento para 2018, é importante considerar despesas intrínsecas à rotina escolar, como uniforme, lanche, material, eventuais passeios, transporte, etc.
Diferenciais no ensino – Considere os diferenciais que a escola oferece para a educação de seus filhos. Um exemplo recente é a educação financeira em sala de aula, considerada o melhor caminho um comportamento sustentável em relação às finanças.
Fonte: Reinaldo Domingos/ZH











