A inflação percebida pelos idosos no terceiro trimestre foi a menor dos últimos cinco anos. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciou ontem o desempenho do IPC-3i, que mede a inflação sentida por famílias compostas por maioria idosa, e cuja taxa de elevação desacelerou de 0,92% para 0,05%, no período. A taxa foi a menor desde o terceiro trimestre de 2005, quando o índice caiu 0,19%.
Quedas nos preços dos alimentos foram responsáveis por isso, segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. Os preços no grupo alimentação recuaram de uma taxa positiva de 0,01% para uma queda de 1,27%, do segundo para o terceiro trimestre deste ano.
Quadros comentou que os alimentos representam em torno de 31% do total do IPC-3i. “Os meses de junho, julho e agosto foram meses de deflação para o setor de alimentação. Destes três meses de queda nos preços dos alimentos, dois estão no terceiro trimestre.”
O impacto da desaceleração de preços dos alimentos foi tão forte que acabou por conter, em parte, o efeito do aumento de plano e seguro saúde (1,49%) no terceiro trimestre – a principal pressão entre os produtos pesquisados para o indicador da terceira idade.
Os preços dos alimentos não foram os únicos a cair no terceiro trimestre, no IPC-3i. Quadros observou que seis das sete classes de despesa usadas para cálculo do índice apresentaram decréscimos.
O recuo dos alimentos foi mais sentido entre famílias com idosos do que entre famílias com todas as faixas etárias, cuja inflação é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR) que subiu 0,17% no terceiro trimestre. Quadros explicou que o peso dos alimentos é menor no cálculo do IPC-BR do que na elaboração do IPC-3i.
Publicado em 08/10/2010
(Jornal da Tarde)










