
Se os empréstimos consignados se tornaram uma fonte de preocupação e estão pesando demais, veja as orientações dos especialistas para o aposentado retomar o controle da sua vida financeira:
1 – Estabeleça a sua própria margem para operações de crédito
Pelas regras do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o beneficiário pode comprometer até 30% da sua renda com o consignado. O ideal, porém, é que o idoso avalie as suas receitas e despesas e reflita sobre quanto consegue reservar para os pagamentos dessas dívidas sem prejudicar outras contas. Colocando como teto pessoal 10% ou 20% dos ganhos, fica menos apertado. Esse limite deve incluir outras modalidades como cheque especial e CDC (crédito direto ao consumidor).
2 – Verifique com atenção as operações de crédito já solicitadas
No holerite do aposentado, estão relacionados os descontos referentes aos empréstimos consignados que tomou. “Confira os contratos assinados para ter certeza de que os valores batem com o combinado. Percebendo valores estranhos, procure um posto de atendimento da Previdência para reclamar, pois pode ter acontecido uma fraude”, ensina Conrado Navarro, sócio-diretor da consultoria Dinheirama.
3 – Busque novas fontes de renda
“Existem várias atividades remuneradas à qual o aposentado consegue se dedicar: cuidar de crianças, ser recreacionista no condomínio, dar aulas de reforço de disciplinas escolares, atender os clientes em lojas e restaurantes”, sugere Mauro Calil, consultor da Calil & Calil Centro de Estudos e Formação de Patrimônio. Só não se trata de uma boa opção, obviamente, caso o idoso enfrente problemas de saúde.
4 – Converse seriamente com a família sobre as responsabilidades de cada um no orçamento da casa
Grande parte dos empréstimos tomados pelos beneficiários do INSS na realidade não é para seu uso, mas de algum parente próximo. “Os familiares mais jovens não devem depender tanto dos idosos para o seu sustento. Acho um absurdo ver o aposentado bancando a balada do neto”, diz Calil. E como se diz não para um filho que pede dinheiro emprestado? “Da mesma maneira como se impediu que colocasse o dedo na tomada quando criança. É pedagógico, para o seu próprio bem.”
5 – Troque um consignado caro por um barato
O juro máximo a ser aplicado pelas instituições financeiras nos empréstimos com desconto em folha de pagamento aos aposentados é de 2,34% ao mês, de acordo com as normas da Previdência. Há bancos que cobram bem menos do que esse valor, no entanto: no site do ministério, uma relação apresenta as taxas atualizadas, permitindo comparações. De posse desses números, o idoso tem opção de renegociar o seu contrato ou pegar um empréstimo mais barato em outro estabelecimento, quitar o anterior e ficar com uma dívida mais leve.
6 – Reveja seu padrão de vida
“Quando, mesmo realizando todos os ajustes possíveis, o salário acaba antes do mês, o que resta é readequar os gastos, cortando itens que não são de primeira necessidade. Dói, porém é temporário, apenas até as contas se ajeitarem”, afirma Navarro. “Novamente: a família toda precisa se engajar nessa tarefa. E a tranqüilidade sem dúvida vale a pena.”
7 – Prefira pagar as compras à vista
Pelo menos enquanto durar a fase de reconstrução das finanças, evite usar o cartão de crédito, abrir carnezinhos de loja, dar cheques pré-datados. Fica mais fácil manter as despesas sob controle sem um monte de parcelinhas para contabilizar.
Publicado em 31/10/2011
Folha










