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Como garantir uma aposentadoria confortável

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Pensar em aposentadoria é fazer um plano financeiro para durar a vida inteira. Para ter uma velhice tranquila, o ideal é começar a poupar cedo. Quanto antes se começa, menos esforço se faz. Para o jovem – que ainda percorrerá um caminho de pelo menos 40 anos de trabalho – há tempo para perder, pois há tempo para recuperar.

Assim, o investimento pode ser feito em operações mais arriscadas, que oferecem maior rentabilidade. Aos poucos, vão surgindo mais compromissos – vêm os filhos -, e a tendência é de um perfil mais conservador. Assim, as aplicações de maior risco passam a dividir espaço com as mais seguras. A sugestão para quem está na faixa dos 35 anos é investir tanto em renda variável como renda fixa. Se o planejamento começar um pouco mais tarde, a regra é não se expor a risco.

Os filhos já não estão em casa, por outro lado, gastos com saúde são maiores. Títulos do Tesouro Nacional, fundos garantidos e outras opções de renda fixa passam a integrar o menu.

Em primeiro lugar, no entanto, é preciso ter em mente que a qualidade do futuro de um indivíduo é ditada por sua disciplina para poupar. “O mais importante, e o maior desafio, é organizar as contas, começar a planejar e ser regrado”, diz Cláudio Boriola, consultor financeiro da Boriola Consultoria, especialista em economia doméstica. Isso não significa ser “escravo do dinheiro”, ressalta o especialista, “mas sim fazer com que tenha uma rentabilidade maior e garanta o futuro financeiro”.

A sugestão de consultores é que tudo seja colocado no papel. Feito isso, a segunda tarefa é cortar gastos desnecessários e determinar quanto vai sobrar por mês para o plano da aposentadoria. Depois, o que vai determinar o melhor destino do dinheiro serão o perfil financeiro do poupador e as respostas a duas perguntas: Em quanto tempo quero aposentar? Qual renda quero ter?

Para cada combinação de respostas, uma série de caminhos a seguir. Com a ajuda de consultores financeiros, o iG trilhou algumas opções para quem quer começar a planejar a aposentadoria.

Há alternativas para quem tem em torno de 25 anos, 35 anos, 45 anos ou mais de 50 anos.

Veja como planejar o futuro em cada idade:

25 anos: Mais tempo e facilidade para poupar
Jovens têm mais tempo e poupam com menos esforço
O investimento mais indicado são as ações. Em caso de crises, há tempo para recuperar; no longo prazo, a rentabilidade é mais alta

Os jovens ainda têm uma carreira a trilhar e muitos anos de trabalho antes de chegar à esperada aposentadoria, o que pode soar como desvantagem. Por outro lado, eles têm mais tempo para poupar. Quando o início do planejamento começa cedo, há a vantagem de não ser preciso poupar um valor tão alto ao mês. Assim, o esforço é menor.

A modalidade de investimento mais indicada para pessoas em torno de 20 anos são as ações de empresas negociadas em bolsa de valores, segundo consultores. “É uma fase de formação e ampliação de patrimônio. A postura mais ariscada está mais alinhada a este objetivo”, afirma André Saito, professor do laboratório de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Como há tempo, é possível recuperar o que foi perdido se as ações caírem muito. “Caso aconteçam crises como a de 2008, os mais novos têm mais tempo para se recuperar”, diz Mauro Calil, consultor financeiro do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil.

Além disso, quando somados perdas e ganhos da bolsa de valores, no longo prazo, a rentabilidade será sempre superior à renda fixa. “Com aplicações em bolsas de valores, o retorno mensal, em média, supera 1,5%”, afirma. Enquanto a poupança rende em torno de 6% ao ano, a bolsa renderá por volta de 18%. Se esse cenário não se concretizar, em função de crises, por exemplo, o ganho das ações volta a superar as aplicações de renda fixa em alguns anos.

Os consultores sugerem investir em empresas sólidas e grandes, que têm pouca chance de quebrar, além de opções variadas. “O investimento não dever ser em apenas uma ação”, alerta Humberto Veiga, consultor financeiro e autor do livro “Tranquilidade financeira – saiba como investir no seu futuro”.

Quando a postura do jovem é mais conservadora, a sugestão é inserir outros ingredientes ao portfólio de investimentos. O poupador pode, ao mesmo tempo, adquirir ações, contratar a previdência fechada e ter uma poupança. “O importante é ser regrado”, salienta o consultor Cláudio Boriola, consultor financeiro da Boriola Consultoria, especialista em economia doméstica.

Nos cálculos de Veiga, um jovem que comece a poupar aos 25 anos, com o objetivo de aposentar aos 55 anos e viver mais 40 anos com R$ 4 mil ao mês – sendo R$ 2 mil do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) -, deve acumular R$ 600 mil para viver apenas dos juros. “Assim, ele deixa o dinheiro para os herdeiros”, diz Veiga.

Caso opte por gastar o dinheiro – e não deixar nada para os filhos – é preciso que chegue a R$ 494 mil até momento da aposentadoria. Uma simulação feita pelo iG com a ajuda de economistas sugere seguinte possibilidade de planejamento: aplicações mensais de R$ 151 durante dez anos, em bolsa de valores. Nos dez anos seguintes, os investimentos devem ser de R$ 350 ao mês, divididos entre renda fixa e renda variável. Nos últimos dez anos, será preciso poupar em torno de R$ 480 ao mês e colocar todo o dinheiro em modalidades de investimento mais seguras, como poupança e Tesouro Direto, por exemplo.

35 anos: Momento é de proteger o patrimônio
Equilíbrio entre investimentos arriscados e seguros é a sugestão de consultores para ter rentabilidade e segurança

Mais contas a pagar, uma família a sustentar, pouco tempo para se dedicar a modalidades de investimento. Essa é a situação de muitos brasileiros em torno dos 35 anos. O momento é de “buscar alternativas para proteger o patrimônio”, diz André Saito, professor de Finanças da FIA. Ao contrário do jovem de 25 anos, arriscar todo o investimento em renda variável deixa de ser interessante, por não garantir a segurança que as responsabilidades e compromissos exigem. A indicação de consultores é uma mistura de renda fixa e renda variável.

Títulos públicos, CDBs e debêntures são oportunidades de renda fixa e devem dividir o palco com a renda variável. O consultor financeiro Mauro Calil, do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil, sugere aplicar metade dos recursos em cada tipo de investimento. Supondo que o primeiro aporte seja de R$ 10 mil, a regra é destinar R$ 5 mil para ações e os outros R$ 5 mil para renda fixa. O objetivo, mês a mês, é equilibrar os dois lados.
Por exemplo, caso a bolsa caia o equivalente a uma perda de R$ 500, no mês seguinte a aplicação – de R$ 1 mil – deve ser destinada integralmente à renda variável.

“Essa regra faz com que o poupador compre na baixa e venda na alta”, diz Calil. Em longo prazo, essa técnica “potencializa a carteira”, afirma.
Acima da sugerida divisão de investimentos, o fundamental é ter disciplina, alertam os consultores. “Muitas vezes é preciso um esforço maior para cortar gastos e, em alguns casos, diminuir o padrão de vida”, acrescenta o consultor financeiro.

No entanto, se uma pessoa tem 35 anos e poucos compromissos financeiros no orçamento mensal, pode assumir mais riscos e destinar uma fatia maior ao portifolio em ações. Ainda assim, é recomendado ter ao menos uma porção do patrimônio aplicado em outras modalidades e elevar a participação da renda fixa conforme o tempo passa.

45 anos: No auge da carreira, esforço redobrado
Tesouro e produtos garantidos são opções para quem ronda os 45 anos, não tem tempo para planejar, mas tem pressa para acumular

Enfim, o auge da carreira. Muitos profissionais atingem a melhor posição no trabalho por volta dos 45 anos. Já não faltam muitos anos para a aposentadoria, o que é um alívio. Mas para quem ainda não começou a planejar a aposentadoria, será uma corrida contra o tempo. A sugestão de consultores financeiros para que a velhice seja tranquila é muito esforço para poupar mais. “Em 20 anos, ainda é possível ficar milionário”, consola Mauro Calil, consultor financeiro do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil. Mas será preciso economizar um volume significativo, pois o tempo é mais reduzido, afirma Andre Saito, da FIA.

A regra para quem está na faixa dos 35 anos – de dividir o dinheiro poupado entre renda fixa e variável – continua valendo e é uma das sugestões de Calil. Uma exposição maior a ações pode ser perigosa, por exemplo, em casos de crises financeiras. “Várias pessoas tiveram que adiar a aposentadoria em função da crise.

Houve uma queda muito forte da bolsa, e elas tinham um percentual muito grande investido em ações”, conta Humberto Veiga, consultor financeiro e legislativo da Câmara dos Deputados e autor do livro “Tranquilidade financeira – saiba como investir no seu futuro”.

Os produtos de investimento “garantidos” são outra opção, mais adequada para aqueles que não têm tempo para pesquisar sobre as modalidades de aplicações, suas taxas e rendimentos. Caracterizado pela vantagem de “nunca perder”, esse tipo de produto é oferecido por instituições que fazem a gestão do capital mesclando as aplicações em renda variável e fixa. Para esse modelo, é preciso já ter um dinheiro reservado, já que exige um investimento mínimo. Um fundo de investimento garantido que recebe um aporte de R$ 100 mil, após um ano terá retorno maior ou igual ao valor inicial, dependendo das oscilações do mercado. Se a bolsa subir 30%, por exemplo, o cliente receberá apenas uma parte desta valorização, e o restante ficará para a administradora dos recursos.

Já o investidor que não se incomoda em garimpar informações deve dar preferência a outras modalidades, como títulos prefixados do Tesouro Nacional, segundo Veiga. As chamadas letras financeiras do Tesouro são uma opção com boa rentabilidade e taxas baixas – um taxa de administração justa é de 0,5%, na opinião dos consultores. As aplicações mínimas em Tesouro Direto são de R$ 150.

Depois dos 50 anos, já falta menos tempo para a aposentadoria, e começar um planejamento é muito mais sacrificante. “Por um lado, os filhos não estão mais em casa, por outro, os gastos com saúde e remédios começam a ser maiores”, comenta Mauro Calil.

As opções de investimento são as mesmas, porém é preciso uma dose maior de conservadorismo.

A renda variável muitas vezes seduz os investidores dessa faixa etária, dada a facilidade de operar por meio de home broker (o cliente opera no mercado de ações eletronicamente, via internet, pelos sites das corretoras de valores e bancos). Muitas vezes eles estão em busca de uma ocupação, mas precisam de cuidado”, afirma Calil.

Mesmo que pareça tarde para planejar, o mais apropriado continua sendo colocar os gastos e despesas na ponta do lápis e então descobrir quanto é possível poupar e quanto será necessário. “O esforço vai ser maior e é preciso ser realista” alerta o consultor Humberto Veiga. Segundo ele, o ideal é buscar informações. Caso busque instituições de gestão de recursos, a sugestão dos consultores é não acreditar em milagres.

“É bom desconfiar de quem simular uma taxa de rentabilidade muito alta, acima de 12%, por exemplo”, afirma Humberto. Segundo ele, o mais sensato sempre é considerar uma taxa de retorno de 4% ao ano.

Tomando como exemplo uma pessoa de 50 anos, que queria fazer um planejamento para aposentar em dez anos, com um complemento mensal de R$ 2 mil, será preciso acumular em torno de R$ 432 mil para viver até os 90 anos, nos cálculos de Veiga. Considerando que ela tenha um patrimônio inicial de R$ 40 mil, ela terá que fazer aplicações mensais de R$ 2.011,00 para que chegue ao objetivo, de acordo com economistas consultados pelo iG, que consideraram uma rentabilidade mensal de 0,6% – o que pode ser possível com renda fixa.

Publicado em 03/05/2010
http://economia.ig.com.br/financas/aposentadoria/p1237553962604.html

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