A internet comercial está no Brasil há 15 anos, mas ainda é uma revolução em andamento, modificando relacionamentos e alterando hábitos de consumo e comportamento. Além da geração Y, os últimos estudos revelam que a internet também chegou com toda força a outra geração: terceira idade. Conforme estudo realizado pela GfK no Brasil, 88% dos idosos têm renda própria e representam 17% do poder de compra. Os idosos brasileiros estão em pleno processo de descoberta dessa nova forma de comunicação, o que requer atenção do mercado para estimular o uso e investir em estratégias de relacionamento.
Atualmente, a terceira idade já apresenta sua parcela de contribuição em mídias sociais e nos índices de vendas em turismo, saúde e beleza, indústria da tecnologia e comércio eletrônico. Essa mudança também é confirmada por pesquisa divulgada pelo Instituto GFK, realizada na Alemanha, que avaliou o potencial de compra desse público. O resultado revelou que cerca de 40% dos entrevistados entre 50 e 69 anos clicaram para alugar carros, comprar computadores, medicamentos e suplementos alimentares nos últimos 12 meses.
No ano passado, uma pesquisa do Ibope identificou que aumentou em 20% o número de pessoas acima de 50 anos usando a internet no Brasil. Ainda segundo o instituto, em 2008, cerca de 350 mil idosos tinham acesso à internet e uma das possíveis explicações é a pouca familiaridade que essa faixa etária tem com os computadores. Já, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa é de que até 2020 as pessoas com idade acima de 50 anos representem 18 milhões de consumidores. Esse foi o grupo que mais cresceu (um total de 17%) em fevereiro e março, conforme o Ibope NetRatings.
Segundo dados de pesquisa do Serviço Social do Comércio (Sesc) e da Fundação Perseu Abramo, atualmente, a terceira idade virtual define novos hábitos e interfere diretamente, inclusive, no consumo. A média mensal de permanência plugada desse público chega a 32 horas e 40minutos, em geral, pela manhã, em suas casas, entre as 7h e as 10h30, usando a web mais como uma ferramenta de comunicação e busca de informações. A internet também tem contribuído com a socialização da terceira idade. Entre os que começaram a usá-la no ano passado, o número de visitantes em redes sociais cresceu quase duas vezes mais rápido que o índice geral de expansão do uso de internet nessa faixa etária, de acordo com dados do grupo de medição de audiência comScore. O estudo do envelhecimento acompanha esse fenômeno para determinar se o uso dessas redes sociais pode oferecer alguns benefícios comuns a um grupo de amigos reais, mas de maneira mais fácil de ser organizada e mantida.
Segundo pesquisa da Associação Americana de Aposentados, cerca de um terço das pessoas com idade acima de 75 anos vive sozinha. Dessa forma, as redes sociais acabam por se tornar um meio para reduzir a solidão. Hoje, existem mídias sociais específicas para esse público como o Eons (www.eons.com) e o Mais de 50 , com cerca de 150 mil cadastrados, sendo 70% deles do sexo feminino. Assim como para a geração Y, a terceira idade está reinventando a maneira de interagir com o mundo, mostrando que a internet também pode ser sim um grande aliado dessa geração.
Publicado em 26/05/2010
(Leonardo Bortoleto – Estado de Minas)










