O melhor destino para o salário extra depende do valor e de quanto tempo ele vai ficar aplicado
Ao receber o 13º salário, quem não tiver dívidas para quitar e estiver com as finanças pessoais organizadas terá com o abono a oportunidade de reforçar seus investimentos. Decidir onde aplicar o dinheiro extra depende do quanto sobrou, quanto já se tem investido e em quanto tempo pretende usar o dinheiro.
Caso os recursos já tenham destino certo, e o investimento seja apenas para guardá-lo por alguns meses, especialistas concordam que a tradicional caderneta de poupança pode ser uma boa opção. “Ela não exige nenhuma tecnologia ou grandes cálculos e fica fácil sacar o dinheiro”, diz o professor de finanças da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Rafael Paschoarelli.
A caderneta tem sido em 2009 uma boa alternativa aos fundos de renda fixa, que perderam rendimento com as quedas da taxa básica de juros, a Selic, e têm taxa de administração. “Eventualmente algum banco pode ter alguma boa opção de CDB mais vantajosa, mas isso depende de negociação”, opina a professora de finanças da Unicid, Sandra Biagioli.
Se o bolo do 13º não tiver destino no curto prazo, Paschoarelli recomenda o investimento conservador em títulos da dívida pública, vendidos pela internet, pelo site www.tesourodireto.gov.br. Trata-se de uma modalidade de investimento extremamente segura, já que o risco que ela carrega é atrelado ao risco de calote do governo. “O ideal é procurar por títulos com o vencimento compatível com o tempo que vai precisar de investir”, afirma ele.
Para Paschoarelli, não adianta começar um novo investimento sem ponderar o preço pago pelo produto – como taxas de administração e corretagem. “Se a dúvida é o que fazer com o 13º, isso depende de quanto de dinheiro estamos falando. Se sobra pouco, pode ser que as taxas comprometam a rentabilidade”, avalia. “A melhor opção, então, pode ser reforçar algum investimento que já tenha.”
O tamanho da renda extra e o do montante já poupado também pesam na hora de se decidir por aplicá-la no mercado de ações. Os especialistas não recomendam focar os investimentos em renda variável justamente por seu risco elevado. Para a professora Sandra, um investidor sem experiência neste mercado não deve arriscar seu 13º caso não tenha um “bom colchão”. “Com menos de R$ 50 mil já garantidos em outros investimentos mais seguros, não é recomendado entrar na bolsa”.
Acertar suas pendências, no entanto, vem antes de qualquer plano para o 13º. “Não adianta pensar em investimento para médio ou longo prazos se tem dívidas”, afirma Paschoarelli. Para ajeitar a casa, os especialistas recomendam dar prioridade ao pagamento de dívidas mais caras, ou seja: as que têm maior taxa de juros
“Cartão de crédito e cheque especial são, geralmente as mais caras”, afirma Sandra Biagioli, da Unicid. “É preciso colocar tudo no papel, ver quais as mais caras e tentar renegociar”.
Pensando no futuro
A enfermeira Sarah Sumaia, de 24 anos, já tem planos para o dinheiro extra do 13º. Uma parte dele vai para uma viagem de fim de ano para a Bahia. “Reservei uns 30% para as férias”, conta ela.
Os outros 70% serão investidos. Ela cogita comprar ações, e está estudando aumentar seu portfólio, que já tem papéis de Petrobrás e Vale do Rio Doce . “Gostaria de diversificar”, conta. O destino do investimento já é certo, e não deve passar mais de um ano imobilizado em ações. “Vou resgatar no fim do ano que vem para planejar meu casamento”, conta Sarah.
Publicado em 16/11/2009
Clipping AssPreviSite – Paulo Darcie










